|   Jornal da Ordem Edição 4.290 - Editado em Porto Alegre em 03.05.2024 pela Comunicação Social da OAB/RS
|   Art. 133 - O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Constituição Federal, 1988
NOTÍCIA

25.06.08  |  Diversos   

Paternidade sócio-afetiva prevalece sobre biológica

A 4ª Câmara de Direito Civil do TJSC reformou sentença da Comarca de Araranguá ao reconhecer a paternidade biológica de I. F. E. sobre a autora E. A. de A. M. somente para fins genéticos, sem qualquer vínculo parental ou sucessório, mantendo-se a paternidade sócio-afetiva até então existente.

De acordo com as informações processuais, a menor, representada por sua mãe, propôs ação de investigação de paternidade e alimentos contra o autor. A garota foi registrada por J. R. M, então companheiro de sua mãe, quando tinha nove meses. O exame de DNA, realizado em primeiro grau, atestou a probabilidade de 99,9% de I. F. E. ser o pai biológico de E. A. de A. M.

Segundo o magistrado da 2ª Vara Cível de Araranguá, ficou declarada a paternidade biológica e a mudança no registro da autora, constando os nomes dos seus avós paternos. Após sentença, o pai biológico pleiteou a renovação do exame de DNA, sem sucesso, já que tal renovação somente deve ser realizada quando há erro ou vício no laudo apresentado.

O relator, desembargador Monteiro Rocha, fundamentou sua decisão no que chamou de "supremacia da filiação sócio-afetiva sobre a biológica". No caso em questão, a paternidade de J. R. M. não pode ser desconstituída, nem por ele (que requereu a improcedência da inicial), nem pela filha. O reconhecimento voluntário da filiação está sedimentado por elos de
afetividade, ato que é irrevogável pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

"Este parentesco, amparado nos princípios do moderno direito de família, prepondera sobre os laços biológicos e nem mesmo o superveniente conhecimento da verdade biológica pode levar à desconstituição desta paternidade, posto que o mero vínculo consangüíneo não pode apagar os anos de afeto e dedicação", concluiu o desembargador. (Apelação Cível nº
2005.000406-5).



.............
Fonte: TJSC

Rodney Silva
Jornalista - MTB 14.759

BOLETIM INFORMATIVO. CADASTRE-SE!
REDES SOCIAIS E FEED
RSS
YouTube
Flickr
Instagram
Facebook
Twitter
(51) 3287.1800
Redação JO: Rua Washington Luiz, 1110, 13º andar - Centro - CEP 90010-460 - Porto Alegre - RS   |   [email protected]
© Copyright 2024 Ordem dos Advogados do Brasil Seccional RS    |    Desenvolvido por Desize

ACESSAR A CONTA


OABRS:   *
Senha:   *
Esqueci minha senha  |  Novo cadastro