|   Jornal da Ordem Edição 4.334 - Editado em Porto Alegre em 05.07.2024 pela Comunicação Social da OAB/RS
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NOTÍCIA

24.10.12  |  Trabalhista   

Supermercado é condenado a pagar horas extras

Empresa não compensava em folgas as horas imputadas ao banco específico para isso, remetendo-as somente para necessidades de atrasos e aumentos excepcionais de jornada.

O sistema de compensação por banco de horas de uma rede de supermercados foi desconstituído, e a empresa, condenada a pagar os acréscimos de jornada como horas extras, com os adicionais e reflexos correspondentes. O juiz Adailto Degering, da 2ª Vara do Trabalho de São José (SC), entendeu que o dispositivo, previsto em convenção coletiva de comerciários, era equivocado, pois, mesmo ele existindo, as horas extras estavam sendo pagas.

A ação trabalhista foi proposta por empregado de um estabelecimento da rede, argumentando que não foram observadas as condições legais exigidas para essa modalidade de compensação.

O trabalhador fazia uma hora a mais todos os dias. A convenção coletiva de trabalho da categoria prevê a possibilidade de prorrogação e compensação de horário de trabalho até duas horas por dia e 54 horas semanais, desde que compensadas no máximo em 30 dias após o fechamento da folha.

O juiz avaliou o caso com base nos registros de ponto e atentou - não só no caso dos Supermercados Imperatriz, que foram condenados na ação - para "o constante desvirtuamento do sistema de banco de horas verificado nas relações de trabalho em geral". Segundo o magistrado, isso ocorre até mesmo nas próprias normas coletivas, principalmente pela indefinição de critérios objetivos quanto à jornada a ser cumprida. Foi o que aconteceu no caso, em que a dedução ou créditos no "banco de horas" se prestavam a compensar chegadas tardias ou elastecimento de jornada.

"Além do desvirtuamento do sistema, instituído para balancear períodos de grande demanda de serviços com outros de baixa necessidade, os demonstrativos de pagamento de salário mostraram que em muitos meses houve o pagamento de horas extras" - diz o magistrado. Isso implica em desvio do instituto da prorrogação e compensação de jornada. O julgador afirmou que, se há pagamento de horas extras, não se trata de compensação de jornada.

Diante disso, a empresa Supermercados Imperatriz foi condenada a pagar como extras, com os adicionais legalmente previstos, todas as horas trabalhadas além da jornada normal, bem como o adicional de 100% sobre as trabalhadas em feriados e dias de folga semanal que não tenham sido compensadas na mesma semana.

A sentença também determinou a inclusão das horas extras no cálculo do salário base. Por fim, pela habitualidade, as horas extras deverão integrar a remuneração gerando reflexos em natalinas, férias com o adicional de 1/3 e FGTS. Da decisão cabe recurso ao TRT12.

Processo nº: 01794-2012-032-12-00-0

Fonte: Espaço Vital

Rodney Silva
Jornalista - MTB 14.759

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