O presidente da OAB/RS, Claudio Lamachia manifestou perplexidade na noite desta segunda-feira (06), ao tomar conhecimento da decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que determinou o arquivamento das representações que pediam a abertura de inquérito para investigar a evolução patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil Antônio Palocci.

"Vivemos num circo de horrores onde o cidadão é colocado à força no picadeiro", afirmou Lamachia. O dirigente ressaltou que a sociedade não pode aceitar, de braços cruzados, que sejam colocados panos quentes sobre o caso.

Segundo Lamachia, "as instituições brasileiras, que deveriam dar exemplo de independência e de respeito a Constituição Federal, estão sendo pródigas em contribuir para que o país se mantenha atrelado à mentalidade do atraso".

"A sociedade assiste, diariamente, temas da maior gravidade - como as denuncias envolvendo o ministro-chefe da Casa Civil – serem tratadas como se fossem naturais ", ressaltou o dirigente.

O mais grave ainda é a crescente indiferença da sociedade, que parece ter tido a sua consciência crítica anestesiada diante de tantos escândalos não apurados e punidos.

"Há um claro movimento político na tentativa de jogar o caso para debaixo do tapete, e a sociedade não pode aceitar, mais uma vez, que estes fatos deixem de ser pelo menos investigados", salientou Lamachia.

O dirigente da Ordem gaúcha afirmou que ainda na terça-feira (7), a entidade irá requerer formalmente ao Conselho Federal que inicie uma mobilização nacional com vistas a acordar a sociedade com relação aos preceitos da Constituição Federal, que afirma que o poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido.

Rodney Silva
Jornalista - MTB 14.759