Com a proposta, a inclusão no serviço de crédito também vai transformar a prisão no último instrumento de cobrança das pensões alimentícias.
O grupo de juristas que auxilia a comissão especial do novo Código de Processo Civil (PL 8046/10) vai sugerir que o texto permita a inscrição em empresas de restrição ao crédito, como Serasa e SPC, das pessoas que não cumprirem o pagamento determinado nas sentenças judiciais. A emenda deverá ser apresentada nos próximos dias ao relator do texto, deputado Sérgio Barradas Carneiro.
Com a proposta, uma pessoa que deixe de pagar pensão alimentícia, por exemplo, poderá ficar com o nome sujo na praça. "A intenção da comissão é garantir que as pessoas cumpram as suas obrigações", informou o desembargador do TJRJ, Alexandre Câmara, que faz parte do grupo de juristas.
A proposta tem o apoio do presidente da comissão especial, deputado Fabio Trad. Para ele, não faz sentido que o sistema de restrição ao crédito se aplique apenas aos devedores de grandes empresas, como é utilizado atualmente. "O que se pretende com os serviços de restrição é coibir a inadimplência, e isso deve ser feito por meio da inscrição de todos os débitos, inclusive o das pessoas físicas", opinou.
Já o relator do novo CPC, Sérgio Barradas Carneiro, ressaltou que a inclusão no serviço de crédito também vai transformar a prisão no último instrumento de cobrança das pensões alimentícias. "Hoje, quando você tem uma dívida de três meses, o advogado da parte credora já pede a prisão direto. A ideia é que, com essa restrição, a pessoa pague a dívida. E hoje todo mundo precisa de crédito", disse o relator.
Íntegra da proposta:
PL-8046/2010
Fonte: Agência Câmara
Rodney Silva
Jornalista - MTB 14.759