O padre espanhol Diego Arroyo, radicado no Brasil,  está sendo alvo de uma ação inusitada na Justiça brasileira: ele faltou a um casamento marcado para 25 de fevereiro do ano passado e, judicialmente, a noiva quer 40 salários mínimos de reparação. A ação tramita no Juizado Especial Cível da comarca de Castanhal (PA), a 65 km de Belém. A audiência de instrução e julgamento foi marcada para o dia 30.

"Eu não tenho nada a ver com os problemas dele, as brigas internas dentro da Igreja Católica. Fazendo o que esse padre fez comigo, ele é mais pecador que cada um de nós", desabafou a noiva, Marcela de Lima Ferreira, já casada.

Marcela conseguiu casar em outra igreja, mas enfrentou aborrecimentos com o padre substituto, que vetou uma banda escolhida pelos noivos para tocar na igreja, além de esperar por mais de duas horas que a papelada de seu casamento fosse localizada na paróquia de Arroyo. "O que era para ser o momento mais feliz da minha vida virou angústia e horror", completa.

Ouvido pela Agência Estado, o padre  Arroyo nega ter se recusado a fazer o casamento, alegando que tudo não passou de "equívoco e confusão" provocados por um conflito na Igreja Católica de Castanhal. O problema, segundo ele, envolvia religiosos do movimento providentino, que foram expulsos da diocese por se negarem a desistir de uma ação judicial de reintegração de posse de um terreno que pertenceria à congregação.

Com a confusão entre os religiosos, o casamento de Marcela não foi  relacionado nas cerimônias do dia. Na hora marcada para o enlace o padre não estava na igreja.

Para a advogada do padre, Solange Mota, quem deveria ser processada é a noiva. Ela acusa Marcela de querer obter lucro "usando de má-fé". Segundo Solange, antes de fazer tanta confusão e meter a Justiça na história, a noiva deveria ter ido ao bispo queixar-se do padre. E disparou: "ela deveria ser punida por ocupar a Justiça com futilidade".

Rodney Silva
Jornalista - MTB 14.759