|   Jornal da Ordem Edição 4.335 - Editado em Porto Alegre em 08.07.2024 pela Comunicação Social da OAB/RS
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NOTÍCIA

11.09.14  |  Diversos   

Negada indenização por acidente ocorrido em curso técnico

O autor matriculou-se no Curso de Instalação Elétrico-Predial, promovido e patrocinado pelo município. Enquanto realizava prova prática, foi obrigado a subir em escada, sem os respectivos equipamentos de segurança (EPI’s), e caiu de uma altura de quatro metros.

A apelação interposta por E.G. da C. contra sentença de 1º grau que julgou improcedente ação de indenização por danos morais e materiais foi julgada procedente pelos desembargadores da 3ª Câmara Cível (TJMS), em decisão unânime.

E.G. da C. moveu ação de indenização por danos morais e materiais contra o Município de Campo Grande e a Fundação Social do Trabalho (Funsat) por um acidente supostamente ocorrido durante aula prática em curso técnico oferecido pelo poder público.

Consta nos autos que E.G. da C. matriculou-se no Curso de Instalação Elétrico-Predial do Planseq/2009, promovido e patrocinado pelo município e pela Funsat e, enquanto realizava prova prática, foi obrigado a subir em escada, sem os respectivos equipamentos de segurança (EPI’s), quando caiu de uma altura de quatro metros.

Segundo o processo, em decorrência do acidente, E.G. da C. sofreu diversas lesões que causaram-lhe perda da audição e da memória, incapacitando-o para a realização de qualquer atividade de trabalho. Aponta ainda que o acidente ocorreu no período de aula e que os recorridos não forneceram os equipamentos de proteção individual (EPI’s).

E.G. da C. alega que foi aluno de curso ministrado pelos recorridos, situação que evidencia a prestação de serviço pelo poder público, e que, nesse caso, deve ser aplicado o Código de Defesa do Consumidor.

O município e a Funsat alegam que o acidente não ocorreu no período em que frequentava o curso, mas em horário alternativo quando, possivelmente, prestava serviços particulares a terceiros.

Em seu voto, o relator do processo, desembargador Fernando Mauro Moreira Marinho, explica que, para fins de reparação, deve-se constatar a presença de omissão do ente estatal, de dano e nexo de causalidade entre a omissão imposta ao Poder Público e o respectivo dano.

O relator observou nas alegações das partes a existência de um confronto entre fato positivo e fato negativo e explica que nessas hipóteses o entendimento é de que quem afirma um fato positivo tem de prová-lo com preferência a quem afirma um fato negativo, cabendo ao recorrente trazer aos autos provas que confirmem suas afirmações. Porém, não foi juntado qualquer documento que demonstre a omissão dos apelados.

Fernando Mauro ainda aponta que os elementos probatórios dos autos contestam a versão da inicial e que ficou esclarecido em depoimento que o acidente não foi causado no período de aulas do curso promovido e patrocinado pelos réus.

"Não existe qualquer indício de que o acidente tenha sido causado durante as aulas promovidas e patrocinadas pelos recorridos. Ao contrário, tudo indica que o acidente ocorreu quando o apelante realizava serviços elétricos a terceiros, sem qualquer vinculação com o curso nem com o poder público. Portanto, ratifico a sentença recorrida, negando provimento ao recurso", votou o relator.

Processo nº 0021567-94.2011.8.12.0001

Fonte: TJMS

Rodney Silva
Jornalista - MTB 14.759

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