Presidente da Subseção de Bento Gonçalves, a advogada Maria Luiza Sfoggia Romana escolheu o Direito pela possibilidade de lidar com as pessoas e sentir que estava contribuindo para a sociedade. “Pensava que iria mudar o mundo. Tenho a impressão de que este é o pensamento de todo o aluno que ingressa no curso”.
 
E foi com muito sacrifício que Maria Luiza se formou em Direito pela Unisinos, estudando à noite e trabalhando na Banco Habitação de dia. Maria Luiza conta que, para conseguir exercer a profissão com que sonhou, teve de abdicar um tanto do afeto familiar naquele período. “Já estava separada e tinha dois filhos, praticamente só os via no final de semana”.  Entretanto, no final do curso conheceu o atual marido, com quem mantém um casamento de 27 anos e tem uma filha.

A família, aliás, é o foco principal da atuação da advogada, seja trabalhando no escritório próprio que manteve durante longos anos, ou na sociedade atual com uma colega. Dessa área tirou muitas lições: “No início de formada, não raras vezes me emocionei com os dramas familiares que atendia. O tempo foi me ensinando a filtrar esses problemas”.
 
O engajamento da presidente é tamanho que sempre atendeu muitas pessoas gratuitamente. “Nestes processos eu pago para trabalhar, mas não me arrependo e acho que vai ser sempre assim”. Dessa forma, Maria Luiza entende que a função maior do advogado é representar o povo e preservar as instituições. Entende ainda que antes de sair em defesa dos interesses de seu cliente “o advogado primeiramente tem que saber que seu livro de cabeceira deve ser o Código de Ética Profissional”.
 
A partir de 1998 foi que Maria Luiza percebeu que, na Ordem, poderia ter uma atuação condizente com sua linha de pensamento. Naquele ano foi eleita pela primeira vez presidente tendo permanecido por mais uma gestão, totalizando seis anos consecutivos. Após mais três anos como conselheira, regressou à presidência da Subseção de Bento Gonçalves. “Sei que nós  - como dirigentes da Ordem -  podemos movimentar muita gente e temos força para isso, pois somos uma entidade na defesa da democracia e do bem”.

Aliás, Maria Luiza é presidente da única subseção do país dirigida só por mulheres, mas ressalta que não foi nada intencional. “Foi uma casualidade, resolvemos juntar uma turma de advogadas amigas, e acabou dando certo, sendo um fato positivo, a de sermos a primeira subseção dirigida só por mulheres, mas isso não teve uma intenção feminista”.

Ela afirma que há muito a melhorar no exercício da Advocacia no Brasil. “O advogado não pode fazer da profissão um mercantilismo. Deve agir com dignidade e, principalmente, com honestidade”.

Ela se mostra otimista e orgulhosa no que diz respeito a Bento Gonçalves ser a sede do próximo Colégio de Presidentes de Seccionais, que será realizado em maio de 2008. “O nosso município tem uma ótima infra-estrutura para receber os visitantes. A expectativa é de um grande evento”.

A presidente considera que a atual gestão da OAB-RS vem contribuindo para o soerguimento da categoria. “A Seccional gaúcha, por sua nova direção, está mostrando a sua força, a sua garra, quando sai em defesa dos direitos e interesses da classe e está conseguindo vencer grandes obstáculos”. Obstáculos estes que, acredita, podem ser superados definitivamente com uma união de esforços entre os advogados gaúchos. 
 

Rodney Silva
Jornalista - MTB 14.759