12.08.08 | Diversos
Hospital é responsabilizado por agulhas no corpo de paciente
Um hospital de São João Del Rei terá que indenizar uma aposentada em R$ 3 mil por ser considerada responsável pelo esquecimento de agulhas no corpo de uma paciente. A decisão é da 15ª Câmara Cível do TJMG.
A autora precisou retirar um de seus rins por causa de uma insuficiência. Passou a depender de uma sonda para urinar e de medicamentos, que eram ministrados através de injeções.
A paciente ficou dez internadas no hospital, recebendo medicamentos por via endovenosa, na região glútea. Após receber alta, a aposentada passou a sentir fincadas nas pernas e na região glútea, impedindo-a de realizar as tarefas domésticas.
O médico que a atendeu recomendou um exame de Raio X, onde foram constatadas que haviam três agulhas dentro da aposentada: uma na perna direita, uma na perna esquerda e outra no glúteo direito. Procurando uma segunda opinião, descobriu a existência de mais uma agulha, em suas costas. Esta lhe causou derrame pulmonar, pois atravessou seu pulmão e ficou alojada no interior do seu seio.
O hospital alegou que o responsável pelas agulhas é algum médico ou enfermeiro, e não a instituição em si. Também levantou a possibilidade do paciente se auto-medicar, ou ter deixado o tratamento para pessoas leigas, de fora do hospital.
Para o juiz de 1ª Instância, não ficou provado que as agulhas foram introduzidas na paciente quando ela esteve internada no hospital, e assim não haveria porque indenizar. No TJMG, o relator, desembargador Mota e Silva entendeu que ficou comprovada a responsabilidade do hospital, pois este foi negligente na prestação do serviço.
O relator destacou que a responsabilidade da instituição foi atestada pelo depoimento do médico que realizou a cirurgia. Ele afirmou que havia agulhas que não foram retiradas em razão da profundidade em que se encontravam e que elas pertenciam, de fato, ao hospital. (Proc. n.º 1.0625.03.024359-0/001)
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Fonte: TJMG
Rodney Silva
Jornalista - MTB 14.759