|   Jornal da Ordem Edição 4.433 - Editado em Porto Alegre em 26.11.2024 pela Comunicação Social da OAB/RS
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NOTÍCIA

26.10.18  |  Advocacia   

Fake news: a importância de saber a origem da informação

Há pouco tempo, “fake news” não era um termo comum. O termo ganhou potência durante as eleições presidenciais de diversos países. Espalhar mentiras sobre oponentes políticos como estratégia eleitoral não é uma prática nova, todavia a internet tornou isso algo muito maior. De forma paradoxal, as mesmas tecnologias que permitem acesso à informação são aquelas que viabilizam a transmissão de notícias falsas em ampla escala.

Uma mentira contada mil vezes torna-se verdade, diz o ditado. Hoje, a premissa pode ser readaptada como “uma notícia compartilhada mil vezes torna-se verdade”. Apesar de sabermos que não, o excessivo compartilhamento de uma notícia falsa pode ser extremamente prejudicial para um processo cidadão-eleitoral.

Uma das principais bandeiras da campanha Vote Consciente é a conscientização dos advogados, para que não compartilhem fake news. Em nossa sociedade, o advogado é considerado um balizador de informações e um formador de opiniões. Assim, os advogados e as advogadas devem prezar por essa credibilidade e tomar cuidado redobrado ao compartilhar links de notícias em suas redes sociais.

Para o presidente da OAB/RS, Ricardo Breier, “o repasse de Fake News significa que o eleitor constrói a armadilha da qual será a própria vítima”, afirma. “Quem perde com tanta falta de credibilidade é a sociedade. A instabilidade afeta a todos indiscriminadamente”, afirma Breier, “nesse sentido, buscamos mobilizar os cerca de 100 mil advogados gaúchos, para que não façam parte dessa prática nada salutar de difundir mentiras e montagens falsas”, complementa.

Como bem elucida o professor da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), Eugênio Bucci, em entrevista para o jornal O Povo. Bucci explica com precisão que as fake news não se resumem à publicação de informações incorretas ou informações não factuais. “Nós estamos diante de uma usina de produção de notícias fraudulentas, que são forjadas com aparência de ser jornalística confiável, mas não são, e têm o propósito de fraudar os processos decisórios das democracias”, afirma.

As fake news podem ter o intuito deliberado de enganar o leitor, levantando informações falsas sobre um candidato para que o eleitor tome partido. Assim, as notícias fraudulentas são frequentemente motivadas por interesses.

Como identificar fake news

Antes de compartilhar, leia a notícia completa. Um erro comum é o de se informar pelo título e pelo primeiro parágrafo de um reporte e já compartilhar. Esse impulso é que faz com que as notícias falsas se espalhem com facilidade. Vale a pena duvidar e checar se as informações são verdadeiras.

1.                  Verifique a credibilidade do site

O endereço acessado tem um domínio confiável? Um pouco de ceticismo em relação ao que lemos na internet não atrapalha. Principalmente quando nunca ouvimos falar sobre o site que estamos acessando. Uma dica prática é procurar a aba “sobre” para ver mais informações sobre o canal. Dificilmente um site de confiança deixa de disponibilizar informações sobre os responsáveis pelo conteúdo. Outro ponto fundamental é analisar a URL, pois muitos endereços que proliferam fake news se valem de links similares ao de grandes portais.

2.                  Verifique as fontes

Muitos sites que espalham esse tipo de conteúdo se valem de hiperlinks e fontes de terceiros para “validar” suas informações. O melhor a fazer é acessar essas fontes e ver a verdadeira origem da informação. Verificar também que são as pessoas citadas na matéria. O jornalismo de credibilidade se vale de dados e fontes, então a falta de um desses elementos denota a falta de informações baseadas em fatos.

3.                  Verifique a data

Sempre confira a data em que a notícia foi postada. Muitas vezes, o conteúdo é verdadeiro e está em um portal de credibilidade, mas foi postada há tempos. Uma notícia fora de contexto faz muita diferença. É comum que se transmitam em grupos de WhatsApp notícias de anos atrás como se fossem recentes.

4.                  Faça sua própria checagem

Na dúvida pesquise a manchete recebida no Google. Verifique se outros sites estão replicando a notícia. Além disso, existem ferramentas para a checagem de informações. Algumas delas:

  • Fake ou News, da Agência Lupa

Em parceria com o canal Futura e com apoio do Google nasceu o projeto Fake ou News, da Agência Lupa. A ideia do portal é auxiliar o usuário da internet a não se confundir e acabar caindo nas mentiras das fake news. Acesse aqui.

  • Fato ou Fake, do G1

O portal de notícias da Globo, o G1, foi além na investigação das notícias mentirosas. Recentemente, lançou o Fato ou Fake, seu próprio serviço de checagem de conteúdos suspeitos. Confira aqui.

  • Boatos.org

O Boatos.org é um portal brasileiro atualizado diariamente. Contando com uma equipe de jornalistas ávidos por descobrir a verdade, o site compila mentiras que são publicadas online. Resultado disso, o portal presta um serviço ao usuário da internet, trazendo à luz boatarias que crescem e se proliferam diariamente na rede. Clique aqui para acessar.

Fonte: OAB/RS

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