A escola de samba carioca Unidos do Viradouro está proibida de levar para a avenida o seu carro alegórico que faz referência às vítimas do Holocausto. Também foi proibida de caracterizar um de seus passistas como Adolf Hitler. Se a escola insistir em levar o carro para a rua, será aplicada multa de R$ 200 mil. Já no caso de aparecer com um passista vestido de Hitler, será cobrado R$ 50 mil da escola.

A liminar é de autoria da Federação Israelita do Rio de Janeiro (Fierj). De acordo com o advogado Ricardo Brajterman, a Federação Israelita do Rio entrou com o pedido de depois de ler a sinopse do desfile da Viradouro, no saite da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). O que chamou a atenção dos representantes da federação foi o fato de que um passista, vestido de Hitler, viria num carro que mostraria uma pilha de corpos nus, simbolizando os judeus mortos durante a 2ª Guerra Mundial.

A juíza Juliana Kalichztein, do plantão noturno do Fórum do RJ, acatou o argumento da Fierj, que alegou que o Holocausto não combina com o espírito festivo do carnaval, "festa mundialmente conhecida pela alegria, humor, descontração e erotismo".

Juliana Kalichztein concluiu que "um evento de tal magnitude não deve ser utilizado como ferramenta de culto ao ódio ou qualquer forma de racismo, além da clara banalização dos eventos bárbaros e injustificados praticados contra as minorias e liderados por figura execrável chamada Adolf Hitler".

De acordo com a magistrada, a medida carecia de urgência, pois assim a Viradouro terá tempo para providenciar a substituição de algumas fantasias e fazer reparos no carro.


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Fonte: TJRJ e G1

Rodney Silva
Jornalista - MTB 14.759