|   Jornal da Ordem Edição 4.326 - Editado em Porto Alegre em 25.06.2024 pela Comunicação Social da OAB/RS
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NOTÍCIA

04.04.13  |  Advocacia   

Entrevista com Rafael Braude Canterji – diretor-geral da Escola Superior de Advocacia

Administração da ESA estará inteiramente voltada para o aperfeiçoamento profissional do advogado, tanto na Capital, como no Interior.

"A ESA precisa se fazer presente na vida do advogado, sendo uma ferramenta indispensável na formação do profissional e uma referência de atualização e capacitação".  Com essas palavras que o novo diretor-geral da ESA, conselheiro seccional Rafael Braude Canterji, define quais os focos de atuação da Escola Superior de Advocacia (ESA) para os triênios 2013/2015.

Canterji iniciou sua história na Ordem gaúcha em 2004, quando integrou a diretoria da ESA, na época presidida pelo atual conselheiro federal Alexandre Wunderlich. Três anos depois foi conduzido ao cargo de diretor administrativo financeiro da Escola e em 2010, passou a fazer parte do conselho seccional, retornou à função na diretoria da ESA, e integrou a 2º e 3º Câmara, assim como o Órgão Especial.

Nesse novo desafio frente à ESA, Canterji projeta uma administração que está inteiramente voltada para o aperfeiçoamento profissional do advogado, em todo o Estado. A regionalização também é uma das principais bandeiras da nova gestão, levando os principais serviços da ESA às subseções. Outra mudança de perfil que pode ser apontada é o investimento de capacitações a longo prazo, com cursos de maior duração. "Precisamos ter em mente que o aperfeiçoamento do advogado deve ser constante e eterno", afirma Canterji.

Confira a entrevista concedida por Rafael Canterji ao Jornal da Ordem:

JO - Nas duas últimas gestões da Ordem gaúcha a importância da ESA tem crescido, principalmente pelo aumento do número de cursos e o volume de serviços oferecidos. Quais são os planos para a gestão da Escola?

Canterji - O objetivo principal sempre é a capacitação do advogado para o exercício pleno da advocacia, e esse processo será implementado tanto na Capital como no Interior do Estado. Por essa razão, um dos principais projetos da gestão é a regionalização da ESA, levando os serviços às subseções. Vamos fazer com que cada uma tenha um representante da ESA, facilitando a relação com os advogados do Rio Grande do Sul.

Também investiremos nos cursos de capacitação a longo prazo. Queremos que o advogado esteja em condições de exercer a sua função com competência, pronto para redigir qualificada petição, realizar boa audiência, sustentação, enfim, todas as atividades típicas da advocacia. Os cursos serão nas mais diversas áreas do direito.

Também iniciaremos em abril com oito grupos de estudos e sete cursos regulares de capacitação à advocacia, fruto de parceria com as comissões. Essa relação com as comissões será algo constante, pois elas serão sempre convidadas a participar e também a promover os cursos.

JO - Recentemente foi criada na OAB/RS a função de um coordenador das comissões, na figura do conselheiro seccional, Armando Perin. Isso encurta as distâncias entre as comissões e a ESA?

Canterji - Essa foi uma grande medida tomada pelo presidente Marcelo Bertoluci, pois assim teremos uma maior interação entre as comissões. Dessa maneira, teremos um contato mais direto entre a ESA e as comissões.

JO – Quais serão os seus métodos de trabalho e também as metas para a ESA

Canterji - Não podemos pensar o planejamento da Escola a curto prazo, mas devemos ter uma visão mais para frente, com um trabalho a médio e longo prazo, pois precisamos ter em mente que a capacitação do profissional é um trabalho que precisa ser constante e eterno. O advogado vivencia provas diárias, e nós, da ESA, precisamos fornecer cursos e ferramentas que os ajudem a superá-las todos os dias.

JO - Como funcionarão as parcerias e os convênios com outras instituições para a realização de cursos e palestras?

Canterji - A finalidade da ESA é a promoção do conhecimento jurídico, independente se ela é a idealizadora do curso. O apoio a outros eventos e também a outras escolas é importante, pois buscamos acima de tudo a capacitação do advogado, seja na ESA, ou em outras instituições qualificadas. Devemos também ter em mente que não apenas o advogado deve estar capacitado para realizar o seu trabalho, mas também os outros profissionais que estão em contato diário com ele. A partir do momento que temos uma comunidade jurídica mais qualificada, o resultado será diretamente melhor para a sociedade. Portanto, a ESA pretende se aproximar de outras escolas, não apenas objetivando a realização de cursos, mas, sobretudo, para conscientizar que toda a comunidade jurídica precisa de qualificação constante.

JO - Existe algum projeto para a realização de cursos de especialização?

Canterji - A ESA está analisando projetos de cursos de pós-graduação na sede da própria Escola, em parceria com universidades. O interesse é sempre visando à capacitação, mesmo que sejam com a pós-graduação, cursos de maior extensão ou mais rápidos. A diretoria da ESA ainda fará estudos sobre a viabilidade de promover parcerias com as universidades sobre os cursos de pós-graduação, que terão assuntos voltados exclusivamente para a advocacia.

JO - A ESA começará a investir mais em cursos de longa duração, isso significa uma mudança de perfil da Escola?

Canterji - Nós não abriremos mão dos cursos de curta duração, assim como manteremos palestras, seminários e congressos. Tenho certeza que nos próximos três anos vamos sediar grandes eventos nesses moldes. Mas a capacitação de longo prazo traz uma característica de dar maior aperfeiçoamento, pois precisamos ter um curso de qualidade com mais duração, para permitir que o ciclo de conhecimento seja maior. A nossa grande preocupação é ter o advogado capacitado nas suas tarefas diárias.

JO - Aos poucos, os cursos telepresenciais são implementados como uma alternativa para a capacitação do advogado. Como fazer para que esse profissional comece a procurar cada vez mais esse tipo de qualificação?

Canterji - Essa nova metodologia de ensino ainda precisar ser melhor assimilada pelos advogados, e isso apenas virá com o tempo, pois ainda temos uma questão cultural que precisa ser trabalhada para que possamos utilizar com mais regularidade os telepresenciais. Mas, além desse fator, também precisamos investir em uma relação mais próxima com as subseções, para que possamos compreender as peculiaridades de cada região, trabalhando com as principais necessidades de capacitação do local.

É importante salientar que vamos avançar no telepresencial, mas também daremos importância para os cursos presenciais no Interior. Precisamos levar os professores do Interior para a Capital, e vice-versa, pois dessa maneira podemos fomentar a regionalização dos eventos, fazendo com que os advogados de determinada região se desloquem até um local-sede, assim possibilitando a realização de cursos de maior qualidade.

JO - Como será implementada essa regionalização da ESA?

Canterji - Estamos buscando uma forma de identificar a regionalização. Assim, podemos criar grandes núcleos no Interior do Estado. As subseções serão grandes aliadas na regionalização, pois a ideia é de que cada diretoria passe a indicação de um representante, assim teremos um conselho regional da ESA, dessa forma sendo cada vez mais presentes no Interior.

JO - A partir dessa nova formatação da ESA, o novo Centro de Estudos será integrado à Escola. Como será esse novo funcionamento?

Canterji - A diretoria da ESA foi honrada em ter como parceiro de trabalho o Centro de Estudos. Nós faremos um trabalhointegrado com as comissões, mas com uma dinâmica muito mais em favor das necessidades da Ordem. Temas de relevância da advocacia e que precisem de um aprofundamento teórico e acadêmico, serão destinados à ESA, que terá dentro da sua estrutura, o Centro de Estudos.

JO - A estrutura da ESA terá alguma mudança?

Canterji - Nessa gestão teremos uma reforma estrutural, física e tecnológica. Na estrutura física, começaremos o semestre letivo com mais duas salas de aula, uma com 47 lugares e a outra com 24 lugares. A sala da diretoria da Escola também teve mudanças para possibilitar receber advogados, conselheiros e presidentes das subseções para que estes nos demandem os seus pleitos.

Na tecnologia, a ESA passa por uma busca de mecanismos de informática para que possamos modernizar a Escola, para atingir uma maior profissionalização. Precisamos de ferramentas tecnológicas que possibilitem que as ideias saiam do papel.

JO - Como funcionará a comunicação da ESA com os advogados?

Canterji - Junto com o setor de comunicação da OAB/RS, estamos estudando e colocando em prática uma nova ferramenta de comunicação. Até então tínhamos e-mails que divulgavam cada curso isoladamente, agora instituímos um informativo semanal dos cursos, um e-mail único que contemplará todos os cursos programados, seja aqueles que tenham promoção da ESA, ou de apoio institucional. Com essa nova interface, o advogado poderá clicar na capacitação de interesse e terá todas as informações necessárias.

JO - A biblioteca da ESA já possui um grande índice de interessados e de usuários. De que forma é possível aumentar ainda mais a participação dos advogados?

Canterji - A biblioteca é uma ferramenta da ESA para o aperfeiçoamento profissional que é altamente atualizada, pois existe um grande investimento, por isso ela tem a frequência grande do advogado. Em 2012 mais de 6.400 advogados e estagiários utilizaram os serviços, um número que é muito importante para nós, pois esse profissional está buscando a sua qualificação. Esses fatores nos incentivam a manter a biblioteca atualizada e que sua estrutura física seja melhorada, pois o livro é a fonte do saber.

JO - Existe um projeto de uma revista eletrônica da ESA?

Canterji - Nós temos uma diretoria específica da revista eletrônica, que será coordenada pela diretora Ana Paula Ávila, que concretizará a concepção dessa revista na gestão. Ela terá um fim prático, pretendendo auxiliar diretamente qualificar os advogados ao exercício profissional. A escolha por uma revista eletrônica foi devido à ideia de facilitar o acesso da publicação ao advogado, independente do local,.

JO - Como os advogados devem enxergar a ESA?

Canterji - A ESA precisa ser para o advogado uma referência de atualização e capacitação. Ela precisa se fazer presente na vida do profissional, sendo uma ferramenta indispensável. Também é preciso que os advogados venham à ESA, que a cobrem para exigir aquela matéria que parece adequada para um curso. Nós certamente faremos todos os esforços para que os profissionais, quando enfrentam os seus desafios diários, estejam plenamente capacitados.Todos os diretores da ESA tem a missão, cada um em sua área de atuação,  de tornar o projeto realidade. A diretoria, composta por Rosângela Maria Herzer dos Santos, Paulo Caleffi, Francis Beck, Eduardo Lemos Barbosa, Leticia Ferrarini, Cyro Schmitz, Felipe Ferraro e Ana Paula Olivera Ávila, seguirá os passos e ideais da gestão do Conselheiro Federal Alexandre Wunderlich, ex-diretor-geral da ESA.


 

Rodney Silva
Jornalista - MTB 14.759

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