|   Jornal da Ordem Edição 4.322 - Editado em Porto Alegre em 19.06.2024 pela Comunicação Social da OAB/RS
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NOTÍCIA

02.12.09  |  Advocacia   

Cai o diretor jurídico do BB

O diretor-jurídico do Banco do Brasil, Joaquim Portes de Cerqueira César, perdeu ontem o cargo. O chefe do setor é acusado judicialmente de promover demissões sumárias de advogados da instituição, mas se mantinha no cargo por influência do presidente do PT, Ricardo Berzoini. No sábado, o Correio revelou que Berzoini vetava o cumprimento da decisão do Conselho Administrativo do BB, do início do mês, de demitir Cerqueira, seu apadrinhado. O caso levou o presidente do banco, Aldemir Bendine, a se queixar ao chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, sobre o indicado de Berzoini. Carvalho é padrinho da indicação de Bendine.

No cargo desde 2007, Cerqueira promoveu uma conturbada reestruturação da área, com 750 advogados. Segundo ação movida pelo Sindicato dos Bancários de Brasília, ele perseguiu profissionais e os rebaixou de suas atribuições sem levar em conta regras para perda de funções comissionadas. Há também casos de demissões sem que advogados tenham respondido a inquéritos administrativos, uma pré-condição para a saída de funcionários do banco. Ao mesmo tempo, parte dos advogados que ascenderam na gestão de Cerqueira fez doações à campanha para deputado federal de Berzoini, funcionário de carreira do banco.

O presidente do PT negou tanto ser padrinho da indicação de Cerqueira como ter tido qualquer responsabilidade ou influência na sua gestão. “Eu seria uma pessoa muito poderosa se tivesse esse grau de influência para manter alguém que tivesse motivos para sair do cargo”, disse Berzoini, que também não quis comentar a relação entre as doações dos funcionários e a rápida ascensão deles na carreira.

O banco já escolheu um substituto para Cerqueira. Trata-se do catarinense Orival Grahl, atualmente no cargo de gerente-executivo jurídico responsável pelas áreas de direito comercial, internacional e varejo. Grahl tem 46 anos e entrou no banco em 1991, embora já tenha feito estágios na instituição anteriormente. Está na diretoria jurídica desde 1996. Informado da escolha ontem à tarde, o novo chefe do jurídico disse que ainda não teve tempo para idealizar planos para a função. “Meu projeto é conversar com os advogados. Não penso em nada além disso neste momento”, afirmou. “É preciso restabelecer o diálogo”, completa. Ele ressaltou que nunca postulou o cargo, mas não irá se furtar a assumir as novas responsabilidades.

O novo diretor jurídico, que preferiu não fazer comentários sobre a gestão anterior, afirmou que, dentro do que ele chama de “grande conversa”, estará a avaliação dos processo de assédio moral movidos por advogados do banco. Não são poucos. Estima-se que os dois anos de gestão do antecessor de Grahl renderam cerca de 30 ações envolvendo assédio moral na área jurídica no banco. Há processos movidos no Distrito Federal, em São Paulo, em Minas Gerais, no Rio Grande do Sul, no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Norte e no Maranhão. Em um caso, do advogado potiguar Francisco de Sales Felipe, 53 anos, 27 deles dedicados à instituição, o banco foi condenado a indenizá-lo em R$ 1,5 milhão por ter sido demitido sem justa causa — ele já foi readmitido.

Privilégios

Dez funcionários da instituição doaram R$ 83 mil dos R$ 2 milhões arrecadados na última campanha do atual presidente do PT. Seis deles são da área jurídica e tiveram ascensão funcional na gestão de Cerqueira. Um dos principais exemplos foi Paulo César Guerche, com subida meteórica em dois anos: de advogado a gerente-geral do núcleo jurídico de Ribeirão Preto (SP) e, por último, gerente-executivo jurídico de Unidade Estratégica em Brasília. Doou R$ 9 mil. “Todos os que doaram (para Berzoini) estão em altos postos do jurídico. Algum privilégio há”, afirmou o vice-presidente da Associação Nacional dos Advogados do BB (Asabb), Gilberto Eifler.




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Fontes: Correio Braziliense e Blog do Vicente

 

Rodney Silva
Jornalista - MTB 14.759

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