|   Jornal da Ordem Edição 4.286 - Editado em Porto Alegre em 26.04.2024 pela Comunicação Social da OAB/RS
|   Art. 133 - O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Constituição Federal, 1988
NOTÍCIA

28.07.08  |  Trabalhista   

Banco indenizará empregado que transportava valores sem treinamento

A 2ª Turma do TRT3 negou provimento ao recurso do banco reclamado, que protestava contra sentença que o condenou ao pagamento de indenização por danos morais a empregado que exercia atividade de alto risco, para a qual não foi contratado. O banco foi responsabilizado pelos abalos emocionais sofridos pelo reclamante, por utilizar seus serviços para realizar transporte de valores sem a observância dos requisitos legais, violando, assim, a legislação sobre a matéria.

No caso, o reclamante não foi contratado para a função de transporte de valores. Ficou comprovado no processo que ele fazia um percurso de aproximadamente três quilômetros transportando altas quantias de dinheiro, pois retornava à agência com envelopes de depósitos, dinheiro e cheques de clientes retirados do terminal de auto-atendimento. Embora não tenha ocorrido qualquer incidente envolvendo o reclamante, uma testemunha afirmou que, durante o tempo em que trabalhou nessa agência, ocorreram quatro assaltos, sendo um dos assaltantes morto pelo segurança do banco.

O relator, juiz convocado Vicente de Paula Maciel Júnior, entendeu que a utilização pelo empregador dos serviços do reclamante para realizar transporte de valores violou a Lei nº 7.102/83, que dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, prevendo normas para constituição e funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores.

O reclamante trabalhava em situação totalmente insegura, com risco real de ser vítima de violência, uma vez que se encontrava despreparado para o exercício da atividade de alto risco.

"Entendo que o empregador contribuiu, ainda que de forma omissiva, para abalos psíquicos sofridos com o desempenho da aludida atividade, decorrentes do transporte de numerário. Os desvios funcionais devem ser evitados, pois alheios às atribuições originariamente ajustadas pelos contratantes, mormente quando em infringência a Lei 7.102/83", acrescentou o magistrado.

Por esses fundamentos, a Turma decidiu fixar o valor da indenização por danos morais em R$30.445,68, quantia que corresponde a seis vezes a maior remuneração do empregado. (RO nº 01002-2007-094-03-00-5).



...........
Fonte: TRT3

Rodney Silva
Jornalista - MTB 14.759

BOLETIM INFORMATIVO. CADASTRE-SE!
REDES SOCIAIS E FEED
RSS
YouTube
Flickr
Instagram
Facebook
Twitter
(51) 3287.1800
Redação JO: Rua Washington Luiz, 1110, 13º andar - Centro - CEP 90010-460 - Porto Alegre - RS   |   [email protected]
© Copyright 2024 Ordem dos Advogados do Brasil Seccional RS    |    Desenvolvido por Desize

ACESSAR A CONTA


OABRS:   *
Senha:   *
Esqueci minha senha  |  Novo cadastro