Presidente da OAB de Sergipe diz que “desembargadores tem que calçar sandálias da humildade”
23.07.07 | Advocacia
Bastante irritado com a decisão do Tribunal de Justiça de Sergipe de modificar o horário de funcionamento dos foros estaduais - apesar dos apelos em contrário feitos pela entidade que presidente e pelo Ministério Público - o presidente da Seccional sergipana da OAB, Henry Clay Andrade, fez duras críticas aos integrantes do tribunal, afirmando que a decisão pode gerar graves problemas no desempenho funcional do Poder Judiciário a partir do próximo mês de agosto.
Lembrando que a Advocacia e Ministério Público fazem, juntamente com a magistratura, o tripé indispensável para o funcionamento regular da justiça, Henry Clay afirmou com todas as letras que “os desembargadores que aprovaram essa resolução precisam calçar as sandálias da humildade para compreender que os juízes não trabalham sozinhos e que, sem a participação dos advogados e dos promotores, não há condições de funcionamento da Justiça".
As críticas do presidente da OAB-SE atingem também o desembargador Roberto Porto, que trocou a Advocacia pela magistratura, somente após ter seu nome indicado pela Seccional.
“O que mais a OAB lamenta é que o ex-advogado e hoje desembargador Roberto Porto foi insensível às agruras e aos anseios da advocacia sergipana”, afirmou Henry Clay, acrescentando que vai levar a denúncia da insensibilidade do ex-advogado na próxima reunião do Conselho Federal da OAB.
"Isso serve como lição para nós, advogados”. Em futuro breve, iremos escolher um novo desembargador para a vaga destinada aos advogados. "É fundamental que tenhamos maturidade para eleger alguém que tenha sensibilidade social e que seja comprometido com os valores republicanos e com a Advocacia", concluiu.