Senado gasta mais de R$ 1 milhão com segurança de casas


16.07.07 | Diversos

Mergulhado em uma das mais graves crises da sua história, o Senado Federal segue indo às compras como nos tempos de calmaria. Uma as últimas aquisições registradas no Sistema Integrado de Administração Financeiras (Siafi) é a de 13 televisores de plasma, de 50 e 46 polegadas, a um custo de R$ 96,3 mil.

Pesquisa realizada pela ONG Contas Abertas mostra também um gasto de R$ 1,2 milhão com a segurança das residências dos senadores e do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O contrato com a Ágil Empresa de Vigilância Ltda., para a prestação de vigilância armada 24 horas ininterruptas, foi assinado em 23 de julho de 2003 e já recebeu dez aditivos.

O último aditivo prorroga os serviços até 22 de julho de 2008. O custo de R$ 1,2 milhão se refere à prestação desses serviços no período de 23 de julho a 31 de dezembro de 2007. As informações são do jornal O Globo, em sua edição desta segunda-feira (16).

A mesma empresa Ágil tem outro contrato com o Senado para a conservação e a manutenção dos gramados, das árvores e dos jardins internos e externos do complexo arquitetônico que abriga os senadores e suas residências oficiais. De junho a dezembro de 2007 serão gastos R$ 487,9 mil nesses serviços.

Alheios à crise política, os administradores do Senado também estão investindo em reformas. Um montante de R$ 105,3 mil será destinado à substituição de pisos e carpetes até o fim do ano, segundo o levantamento feito no Siafi.

A pesquisa mostra também gastos de R$ 120,5 mil com a compra de 226 poltronas giratórias encomendadas pela presidência do Senado e de R$ 13 mil com equipamentos odontológicos.

Gil Castelo Branco, consultor de Economia da ONG, ressalta que "a princípio, não existe ilegalidade nem irregularidade nesse tipo de compra feita pelo Senado, mas a intenção de publicar essas aquisições é popularizar a discussão sobre os gastos públicos junto ao cidadão comum, a fim de aumentar a transparência e o controle social, e mostrar que a Administração Pública também possui, além de contas complexas, compras curiosas".