Nível de corrupção no Brasil é o pior em dez anos, afirma o Banco Mundial


12.07.07 | Diversos

O nível de corrupção no Brasil é o pior em dez anos, segundo relatório anual de governança produzido pelo Banco Mundial (Bird) e divulgado ontem (11). De acordo com o levantamento, o país está em nível inferior ao que se encontrava quando a entidade multinacional começou a fazer esse estudo, em 1996.

As melhoras observadas entre 1998 e 2000 (segundo mandato de FHC) e 2002 e 2003 (eleição e primeiro ano de mandato de Lula) foram anuladas pelos resultados dos últimos três anos. O estudo é feito pelo Instituto do Banco Mundial, ligado ao Bird, e classifica 212 países e territórios de acordo com o desempenho em seis itens.

Para tanto, leva em conta dados fornecidos por 33 fontes internacionais. No caso brasileiro, foram 18 as entidades ouvidas para a classificação do país, entre elas o centro de estudos de opinião chileno Latinobarómetro, a consultoria britânica Economist Intelligence Unit e o instituto de pesquisas norte-americano Gallup. As informações são da Folha de S. Paulo, em texto de seu correspondente em Washington, Sérgio d´Ávila.

Das seis categorias - controle de corrupção; capacidade de ser ouvido e prestação de contas; eficiência administrativa; qualidade regulatória; estado de direito; e estabilidade política e ausência de violência - , o Brasil só melhorou na última no período 2005-2006, em comparação com o período anterior.

"Nos últimos anos, o Brasil parece ter experimentado alguma deterioração em várias dimensões de governança", comentou Daniel Kaufmann, um dos autores do relatório.

O controle de corrupção é definido pelo Bird como "a medida da extensão com que o poder público é exercido para ganhos privados, incluindo tanto pequenas quanto grandes formas de corrupção, assim como o ´seqüestro´ do Estado por elites e interesses privados".

Kaufmann acredita que a corrupção ainda é um dos principais problemas enfrentados pelos países: "o custo da corrupção mundial é estimado em US$ 1 trilhão por ano, e o ônus da prática recai de maneira desproporcional sobre o bilhão de pessoas que vivem em extrema pobreza".