A juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Criminal Federal do Rio, suspendeu o segredo de Justiça do processo que trata de 21 investigados na Operação Furacão. Ela também determinou a transferência imediata dos 21 presos para a Penitenciária Federal de Campo Grande (MS).
A magistrada utilizou como argumento para sua decisão "o interesse público na apuração e acompanhamento dos fatos". As partes anteriores, em que constam relatórios das escutas telefônicas, foram mantidas sob sigilo.
Com a cisão determinada pelo relator no Supremo, tramitará no STF apenas o processo que trata dos três desembargadores federais e do procurador. No caso, os autos ainda seguirão sob o timbre do segredo de justiça.
O transporte dos 17 presos pela Operação Furacão que serão ouvidos a partir de hoje (26) pela 6ª Vara de Justiça Federal do Rio de Janeiro deve custar pelo menos R$ 35 mil, podendo chegar a R$ 140 mil. Os depoimentos podem se estender por até sete dias.
De acordo com a assessoria da PF, o custo da viagem Brasília-Rio é de R$ 17,5 mil, apenas com as despesas com a aeronave que levará o grupo. A polícia ainda não definiu se o avião retorna após o transporte. Os presos ficarão no Rio pelo menos até amanhã - eles serão instalados em uma unidade das Forças Armadas cuja localização não divulgada -, quando a Justiça deve decidir se eles permanecem lá ou retornam a Brasília no final de semana. Nesse caso, fariam nova viagem na segunda-feira. Após os depoimentos, eles serão levados ao presídio de segurança máxima do governo federal em Campo Grande (MS).
Se ficarem todo o período no Rio, terão apenas as viagens de ida e até Campo Grande. Caso contrário, e com o retorno da aeronave a cada viagem, a despesa saltaria para cerca de R$ 140 mil. Esse gasto não inclui valores como as diárias pagas aos policiais federais que acompanharão os detidos - cada um recebe R$ 123. A PF informou ter gasto R$ 120 mil com a Operação Furacão desde seu início.
Não serão levados ao Rio os policiais federais Carlos Pereira da Silva, Susie Pinheiro Mattos, o agente administrativo da PF Francisco Martins da Silva e o policial civil Marcos Antônio Bretas. Como servidores públicos, eles têm direito a apresentar defesa prévia antes que sejam considerados réus no processo.