Falta de água para mais de 1 bilhão de pessoas a partir de 2020


12.04.07 |

Depois de uma semana de reuniões em Bruxelas, os mais de 400 cientistas que participaram da segunda parte de um relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) concluíram que mais de 1 bilhão de pessoas poderão sofrer com a falta de água a partir de 2020 e que as populações mais pobres do mundo serão as mais afetadas pelo aquecimento global.  O Brasil e a América Latina não são consideradas regiões de alto risco.

A principal causa será o derretimento precoce da camada de gelo de grandes cadeias de montanhas, como o Himalaia e os Andes, causado pelo aumento da temperatura na Terra. Elas funcionam como reservatórios, acumulando água em forma de gelo durante o inverno para liberá-la gradualmente com o derretimento no verão - um processo natural fadado a terminar, pois, segundo os cientistas, o derretimento já começou.

O relatório aponta que as montanhas Chacaltaya, na Bolívia, perderam quase toda a capa de gelo em 2004. Até o final do século, 75% do gelo dos Alpes também pode ter desaparecido. As informações são do saite da BBC.

Com a aceleração também do derretimento do gelo polar, as regiões costeiras e baixas serão inundadas, obrigando comunidades inteiras a se deslocarem.

O relatório também prevê que, se a temperatura global subir mais de 1,5º em relação aos índices de 1990, os ecossistemas regionais mudarão ao ponto de levar à extinção de cerca de um terço das espécies de animais e plantas do planeta.

“Atualmente há cerca de 900 milhões de pessoas passando fome no mundo e esse número deve aumentar por causa da mudança climática”, disse Martin Perry, co-presidente do grupo de trabalho responsável pela segunda parte do relatório. A malnutrição, por sua vez, contribuiria com o aumento da incidência de doenças nas regiões mais pobres do mundo.

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