Comandante da Gol ironiza presidente da República


11.04.07 |

Texto do jornalista Bob Fernandes - inserido ontem (10) no saite Terra - revela uma situação desagradável vivida por passageiros da Gol, cujo avião teve que ficar dando voltinhas porque o aeroporto de Congonhas (SP) não estava liberado para pousos e decolagens, porque quando o avião presidencial está no solo, pousando ou decolando, o aeroporto todo é fechado para o tráfego. Leia o relato.

Segunda-feira, 9 de abril, 21h10.  Seis meses e onze dias depois da queda do vôo 1907 da Gol, o vôo 1541 da mesma companhia, que deixou o Rio de Janeiro às 20h30 a caminho de Congonhas, São Paulo, aproxima-se de Santos. O comandante Telmo se dirige aos passageiros:

- Boa noite. Aqui quem fala é o comandante para algumas informações. O nosso pouso estava previsto para as 21h20... (pausa) Mas como o avião do senhor presidente da República está no solo, nós teremos que sobrevoar por algum tempo até que ele levante vôo...

Risos e apupos entre os passageiros. O comandante prossegue:

- Enquanto o avião do presidente Lula não levantar vôo, nós, civis, não podemos pousar.

Nove e vinte e oito. O comandante Telmo volta a falar com os passageiros do vôo 1541 da Gol:

- Bem, senhores passageiros, como o avião do senhor presidente ainda não decolou, nós agora vamos sobrevoar a região de Santana do Parnaíba. Porque enquanto o avião dele não decolar, ninguém pode levantar vôo e ninguém pode pousar.

Mais risos e mais apupos dos passageiros. Fim da viagem. Indagada por um passageiro, a chefe dos comissários explica:

- Esse é um procedimento padrão em todo e qualquer aeroporto e com qualquer presidente da República. Quando o avião está no solo, pousando ou decolando, o aeroporto todo é fechado para o tráfego.