Juíza brasileira é esfaqueada no Timor Leste
09.04.07 |
Uma juíza brasileira foi esfaqueada durante um assalto em Dili, capital do Timor Leste. Sandra Silvestre, 37 idade, magistrada estadual em Rondônia, fora trabalhar como observadora internacional nas eleições presidenciais do país. Ela foi conduzida para o hospital e levou 50 pontos nas mãos e nos braços.
Sandra Silvestre está há dez anos na magistratura. Ela é titular na comarca de Ouro Preto do Oeste.
Segundo nota do Itamaraty divulgada ontem (08), a juíza passa bem. Ela foi atendida em uma clínica local por médicos portugueses e agora se recupera na residência do embaixador brasileiro, Antonio de Souza e Silva. Ela afirmou que, mesmo ferida, vai trabalhar nas eleições.
O assalto ocorreu quando a juíza se dirigia a um mercado local para comprar créditos para seu celular. Ela foi abordada por um jovem timorense em frente à embaixada dos Estados Unidos no país. Segundo Sandra, o assaltante estava nervoso e a atingiu com um facão.
Ela já havia trabalhado no Timor Leste de 2004 a agosto do ano passado em um programa de cooperação brasileira em que atuou como juíza e treinou a população para trabalhar no sistema judicial no país. O país recebeu cerca de 180 observadores internacionais de 20 países para as eleições. A delegação brasileira é a maior da missão da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. Além disso, há 1,9 mil observadores indicados por mais de 50 organizações locais.
Em novembro do ano passado, o também brasileiro Edgard Gonçalves Brito, missionário da Igreja Assembléia de Deus que morava havia dois anos em Dili, morreu depois de ter sido atacado por um grupo de desconhecidos.
O presidente nacional da OAB, Cezar Britto, lamentou o ataque sofrido por Sandra. “O Brasil tem ajudado o Timor Leste no processo de redemocratização e é lamentável que um fato triste como este tenha acontecido com uma representante da magistratura que está naquele país apenas com o objetivo de ajudar" - afirmou.
Eleições
Oito candidatos concorrem nesta segunda-feira (09) à sucessão de Xanana Gusmão, nesta que é a primeira eleição após a independência do Timor Leste, ocorrida em 20 de maio de 2002 - o país foi ocupado pela Indonésia por mais de duas décadas.
Dos cerca de 1 milhão de habitantes, aproximadamente 523 mil devem exercer o direito de voto nas 504 zonas eleitorais distribuídas pelos 13 distritos do país.
Díli, capital do Timor Leste, é a cidade que se concentra o maior número de cadastrados, com 99,2 mil eleitores, seguida por Baucau, com 60,5 mil.