Família do menino João Hélio vai processar Estado e a General Motors


05.04.07 |

Os pais de João Hélio Fernandes Vieites, 6 anos -  morto brutalmente no dia 7 de fevereiro - , vão entrar na Justiça contra o Estado do Rio de Janeiro e contra a montadora do carro em que estava o menino, cobrando indenização. Segundo Gilberto Fonseca, advogado da família, o dano é estimado em R$ 1 milhão.

O advogado afirmou que vai ingressar com a ação até o fim do mês, quando acredita que o processo contra os acusados do assassinato poderá estar concluído. “Um dos acusados já tinha prisão decretada, mas por um descuido do Estado estava na rua”, justificou Gilberto.

Sobre a fabricante do carro (um Corsa), ele explicou que "estudos mostram que o cinto de segurança do banco de trás do veículo, no qual João ficou preso, era impróprio". A montadora do veículo (General Motors) preferiu não comentar o assunto.

O caso sob a ótica penal será julgado na 1ª Vara Criminal de Madureira. Cinco réus respondem pelo crime.  O menor também acusado de participar recebeu, da 2ª Vara da Infância e da Juventude, a sentença de internação.

O drama da família começou na noite de 7 de fevereiro, quando Rosa Cristina foi parada por bandidos em um sinal de trânsito na Rua João Vicente, em Oswaldo Cruz. Ela estava no Corsa da família com os dois filhos -  o pequeno João Hélio e Aline, de 14 anos.  Seguindo as ordens dos criminosos, Rosa Cristina e Aline saíram do carro, mas não conseguiram retirar o menino.

Quando a mãe foi pegar o filho, que usava cinto de segurança no banco de trás, os bandidos arrancaram com o veículo. João ficou preso pelo cinto e foi arrastado por sete quilômetros.

O pai do menino João Hélio afirmou ontem (04) que ficou surpreso com a declaração do advogado Gilberto Fonseca de que pretende R$ 500 mil de indenização ao Estado e outro tanto da General Motors, em ações a serem ajuizadas ainda este mês. Segundo Élson Vietes, a prioridade da família no momento é a finalização do processo criminal envolvendo os quatro maiores de idade acusados do crime. "A gente ainda não tem cabeça para essa etapa da indenização", contou.

Ele disse ainda que "realmente pretende entrar com uma ação, mas vai deixar essa avaliação a critério do advogado no futuro". Ele afirmou que, por ora,  só tem se preocupado com a condenação dos réus e com movimentos pela paz.