Seis mil participantes em três dias de intensa movimentação. De forma inédita e pioneira, a OAB/RS realizou a primeira conferência estadual completamente virtual. É a primeira seccional da Ordem dos Advogados do Brasil a encarar este desafio.
Os dias 12, 13 e 14 entram para a história da advocacia gaúcha e brasileira com um saldo extremamente positivo da 9ª Conferência Estadual da Advocacia. “Superamos os desafios diante de tantas incertezas. Chegamos a locais onde não imaginávamos ter audiência. Estamos muito satisfeitos e orgulhosos do trabalho realizado”, avaliou o presidente da OAB/RS, Ricardo Breier. “Em nome da coordenadora do evento, Fabiana Azevedo da Cunha Barth, deixo aqui o meu agradecimento a todos que tornaram possível a realização da conferência neste formato 100% virtual”, complementou Breier.
Para coroar a grande programação, a Conferência de Encerramento teve como protagonista o jornalista professor e conferencista Clóvis de Barros Filho. Na noite desta sexta-feira (14), ele abordou o tema “Mudança: Viver é mudar, reconstruir, reinventar”.
A última conferência da programação foi apresentada pela vice-presidente da Caixa de Assistência dos Advogados do RS (CAA/RS), Mariana Melara Reis. Ela citou uma expressão apresentada numa das palestras, “apocalipsedigital”, para reforçar a relevância do assunto proposto. “É preciso se adaptar à nova realidade. Eis a pertinência do tema de encerramento”, destacou.
O presidente da CAA/RS, Pedro Alfonsin, ressaltou a capacidade de superação da Ordem gaúcha: “Esta não foi a maior conferência da história somente pelo público, pela inovação ou pelos desafios. Ela também foi a maior pela necessidade de se reinventar e mudar. Esse foi o ponto fulcral da nossa estrutura, o ponto fulcral da nossa vitória”, salientou Alfonsin
Mudança
Falando por cerca de 40 minutos, Clóvis de Barros Filho frisou que, quando se fala em novo ou em inovar, não basta fazer diferente, não basta pensar diferente, não basta sentir diferente. Além disso, é preciso fazê-lo com valor. “Cada passo que damos é uma ruptura com o passado. E cada passo que damos é uma inovação. Contudo, muitos caminhos são nefastos, ineficazes. Então, é preciso entender quando o novo vale a pena”, destacou. “Nesse sentido, um primeiro limite que temos a compreender é o da ética”, acrescentou.
Para o professor e jornalista, o tempo de quarentena, em razão da pandemia, vem sendo um período para que as pessoas façam reflexões sobre a vida. “A quarentena pode ajudar. Estamos tendo um tempo que não nos dávamos antes. É um tempo que o cotidiano não nos permitia oferecer”, salientou. A partir dessa nova realidade, é importante observar o que cada um tem buscado para sua vida e de que forma isso vem ocorrendo. “Nunca tantos sofreram juntos pela mesma razão em suas vidas. É um momento auspicioso da humanidade”, avaliou.
Diante do que vem ocorrendo, ele considera fundamental que as pessoas percebam o quão fundamental é servir. Estar vivo para poder servir a quem quer que seja. “Servir ao próximo, esse é o ponto. Agora, quando surge uma nova técnica, uma nova ‘revolução’, arregale os olhos. O que está sendo apresentado convém de fato? Ou não? É preciso saber que primeiro vem a vida, depois a técnica. A vida que manda na técnica”, alertou.
Fonte: OAB/RS