O presidente da OAB/RS, Ricardo Breier, realizou a abertura do Seminário Jornada Luso-Brasileira sobre Inteligência Artificial e sua aplicação ao Direito Contemporâneo. A iniciativa tem como objetivo discutir o uso da Inteligência Artificial no exercício profissional da advocacia bem como na academia. O evento foi realizado na manhã da quinta-feira (11), no OAB/RS Cubo, e contou também com palestrantes de Portugal através de transmissão de vídeo em EaD. O evento foi coordenado pelo diretor de cursos especiais da ESA, Ricardo Hermany.
Em sua fala inicial, Breier destacou três questões importantes que o profissional do Direito tem que estar associado para iniciar a sua caminhada de sobrevivência neste cenário: o domínio do uso de computadores e o domínio de sistemas operacionais e linguagens tecnológicas voltadas ao mercado jurídico; a capacidade de interpretar e implementar programas de computador que atendam a área jurídica e prática; e a capacitação de analisar o serviço e as funções de sistemas operacionais, utilizando suas ferramentas e recursos em atividades de configuração, manipulação de arquivos e segurança de dados. “São esses três dados associado à ética, associado à questão da responsabilidade social, são coisas que nós não vemos no dia a dia. “Nós não fomos construídos na Universidade para isso e temos que começar a nos capacitar para iniciar um trabalho de execução dentro do espaço. Não posso mais negar a inteligência artificial”, chamou a atenção.
Inteligência Artificial na realidade gaúcha
De acordo com a diretora-geral da ESA/RS, Rosângela Herzer dos Santos, o evento marca um dia histórico: “É nosso primeiro de, certamente, muitos eventos com esse formato. Com palestrantes de suma qualificação, debatendo o assunto da IA da realidade gaúcha e portuguesa”, comentou.
Na mesma linha, o advogado Wilson Engelmann trouxe uma reflexão sobre o ser humano e IA e as reflexões ético-jurídicas: “São três pontos importantes: a inteligência artificial e os algoritmos; a perspectiva ética e os cenários jurídicos. Eles merecem ser analisados por nós, operadores do Direito, e também pela academia, pois é pouco explorado”, comentou. “A advocacia precisa estar em um estudo contínuo para, cada vez mais, estar atualizada sobre as novas ferramentas de operação bem como novas discussões”, completou.
Direto de Portugal, participaram o advogado Mario Motta e a advogada Teresa Moreira. Para Teresa, a inteligência artificial é o trabalho 4.0: “A inteligência artificial está na advocacia desde o século passado. Ela inicia no que eu costumo chamar de trabalho 1.0, que surge na Revolução Industrial; após, vem o trabalho 2.0, com a sociedade bem-estar; depois o trabalho 3.0, com a revolução da informática e, agora, com a inteligência artificial”, contou. Já Motta, trouxe o exemplo do Caso Football Leaks e o uso de prova indevidamente obtida: “Ele trouxe a público diversos contratos comerciais e confidencias do mundo do futebol. A partir disso, fica a reflexão de como deve ser feita a atuação da advocacia e o uso da inteligência artificial nesse tema.
Fotos e Texto: João Vítor Pereira
Assessoria de Comunicação da OAB/RS
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