Artigo do vice-presidente nacional da OAB: O cĂ­rculo vicioso da violĂȘncia e da criminalidade no RS


14.10.15 | Advocacia

Foi publicado na edição desta quarta-feira (14), no jornal Correio do Povo, artigo do vice-presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, abordando a constante falta de segurança.

O círculo vicioso da violência e da criminalidade no RS

Por Claudio Lamachia - vice-presidente nacional da OAB

Crônica de mais uma tragédia anunciada, as últimas semanas nos deram mais uma demonstração da absurda e crescente onda de criminalidade em nosso Estado. Quantas pessoas mais terão de ser assassinadas para que algo de novo seja produzido pelos homens públicos que têm a responsabilidade de dirigir a segurança pública do nosso Rio Grande do Sul?

A crise econômica é inegável. Ela é sentida por todos, dia após dia, com a falta de prestação qualificada de serviços básicos aos cidadãos e até mesmo no atraso dos salários do funcionalismo público. A dívida com a União está sendo paga com o sacrifício da vida de gaúchos, que hoje são assassinados nas ruas ou morrem nos corredores dos hospitais por falta de investimento do Estado. Vivemos em um cenário de guerra. Porto Alegre é uma das capitais mais violentas do Brasil, com alta taxa de homicídios, furtos e roubos de carros.

A violência afasta a população das ruas. Muito da crise econômica que vivemos é reflexo do medo que acomete as pessoas. Antes de tributar ainda mais o bolso combalido do cidadão, é preciso corrigir o rumo seguido até aqui. Não retomaremos o caminho da estabilidade econômica enquanto a segurança não for prioridade. Ela é fundamental para que se estabeleça um ciclo virtuoso de fomento ao empreendedorismo. A pequena economia – maior geradora de empregos — sofre com os prejuízos causados pelo número reduzido de rondas policiais e pelo avanço da criminalidade. São os pequenos roubos que levam o faturamento do microempresário.

Para a retomada econômica é fundamental que se comece fazendo o básico: garantir ao cidadão a liberdade de ir e vir com segurança e tranquilidade. A exemplo do que foi feito durante a Copa do Mundo, é preciso que haja mais policiais nas ruas e que seja efetivado o monitoramento por meio de câmeras ligadas às delegacias. Se há um legado da experiência vivida em 2014, é o de que com um pouco de boa vontade, investimento, criatividade e valorização profissional a Brigada Militar e a Guarda Municipal são capazes de promover a transformação de que precisamos.

Fonte: OAB/RS