A Companhia de Seguros Aliança do Brasil foi condenada a pagar R$ 77.148,76, devidamente corrigidos, para os quatro beneficiários da apólice de seguro de vida de uma cliente. A decisão é da 6ª Câmara Cível do TJCE.
Segundo o processo, a cliente assinou contrato de seguro de vida com a referida empresa no dia 15 de outubro de 1996. Em caso de morte natural ou invalidez permanente por acidente ou doença, seria pago o valor de R$ 77.148,76 aos filhos (beneficiários). Em 20 de julho de 2000, ela faleceu vítima de infarto agudo do miocárdio, conforme Certidão de Óbito.
No entanto, a seguradora negou o pagamento do valor, alegando que a cliente prestou “falsas declarações e omissão de dados, tendo em vista que, ao contratar o seguro, seria portadora de doença que contribuiu para sua morte”.
Inconformado, o viúvo ingressou, em dezembro de 2000, em nome dos filhos, com ação ordinária de cobrança cumulada com pedido de indenização por danos morais. Sustentou que a esposa, quando da contratação, “não tinha qualquer doença grave”. Em contestação, a empresa defendeu que “ficou comprovada a preexistência de patologia que levou a segurada à morte”.
Em 2005, o juiz da 3ª Vara da Comarca de Crato, decidiu que, “não provada a justeza da escusa, impõe-se a condenação ao pagamento da indenização, nos termos do seguro contratado”. Determinou que além do valor, devidamente atualizado, a empresa pagaria as custas processuais e os honorários advocatícios, fixados em 15% sobre o total da indenização. O magistrado avaliou que não houve danos morais.
A Aliança do Brasil interpôs apelação no TJCE. Afirmou que “não há escusa válida que permita a indenização pleiteada tendo em vista os elementos fáticos do caso em análise”. Sustentou que a segurada omitiu a preexistência da doença que a levou à morte.
Ao analisar o caso, a 6ª Câmara Cível negou, por unanimidade, provimento ao recurso, mantendo a sentença de 1º grau. O relator destacou que negar o prêmio “configuraria enriquecimento ilícito por parte da Seguradora, que recebeu regularmente as contraprestações”. (Apelação nº 15896-28.2000.8.06.0071/1).
Fonte: TJCE