Estado terá de indenizar aposentado vítima de bala perdida


11.08.10 | Diversos

O Estado do Maranhão terá que pagar indenização por danos morais no valor de R$ 51 mil, com juros e correção monetária, a um aposentado atingido por bala perdida, durante troca de tiros entre a polícia e um condutor de uma moto, em fevereiro de 2005. A decisão é da 4ª Câmara Cível do TJMA.

No entendimento da relatora, desembargadora Anildes Cruz, diante desta situação, o Estado se sujeita à norma que trata da sua responsabilidade objetiva, prevista no artigo 37 da Constituição Federal, segundo a qual deverá responder pelos danos que seus agentes causarem a terceiros, conforme o parágrafo 6º. Neste caso, segundo a magistrada, pouco importa de que arma saiu a bala que atingiu a vítima, já que o resultado danoso em ato que envolveu o policial, por si só, implica na responsabilidade do Estado.

Segundo informações da ação de indenização por ato ilícito, movida pelo aposentado, ele estava sentado em frente a sua casa quando ocorreu a troca de tiros entre um cabo da polícia militar e o condutor de uma moto. À época com 71 anos, o aposentado foi atingido nas costas. Socorrido por um vizinho, foi submetido à cirurgia e sessões de fisioterapia.

A vítima entrou com ação pedindo indenização por danos morais e materiais, neste último caso por alegar que gastou dinheiro com medicamentos. O projétil ficou alojado na coluna da vítima, não sendo recomendada a remoção cirúrgica, segundo laudo médico.

O juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública condenou o Estado por danos morais, decorrentes da conduta lesiva do policial, e fixou a indenização em R$ 51 mil, em razão de o aposentado ter ficado com sequelas que o acompanharão por toda a vida. Entretanto, decidiu que não tem direito a indenização por danos materiais, pois não apresentou prova dos gastos.

Por se tratar de processo que envolve a Fazenda Pública, consequentemente com a possibilidade de uso de dinheiro público, os autos da ação foram enviados sob a forma de remessa ao TJMA, para que um órgão colegiado decidisse pela necessidade ou não de reforma da sentença de 1º grau. A 4ª Câmara Cível negou provimento à remessa, mantendo assim a decisão da 1ª Vara da Fazenda Pública. Nº de processo não informado.



................
Fonte: TJMA