OAB/RS alerta para crise na segurança pública do país
03.06.08 | Diversos
O presidente da OAB/RS, Claudio Lamachia, afirmou, nesta segunda-feira (02), que “fere de forma inadmissível a liberdade de imprensa” o episódio ocorrido com repórteres do jornal carioca O Dia no dia 14 de maio passado. De acordo com matéria publicada no último domingo pelo próprio jornal, a equipe – uma repórter, um fotógrafo e um motorista – foi seqüestrada quando fazia uma reportagem sobre a atuação de grupos paramilitares na favela do Batan, em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Durante o cativeiro, eles foram espancados e submetidos a sessões de tortura com roleta russa, choque elétrico e sufocamento por saco plástico. “O fato escancara a debilidade e a degradação dos aparelhos de segurança daquele Estado, onde alguns policiais se fazem passar por justiceiros, mas deve servir de alerta para todos os governantes do país no que diz respeito ao avanço da criminalidade”, ressaltou Lamachia.
Para o dirigente, “o caso é um golpe duríssimo e deixa ainda mais combalida a cidadania brasileira, outra vez vítima de um triste e inaceitável recuo”. Conforme o presidente da OAB gaúcha, embora a apuração do crime esteja a cargo das autoridades de segurança do Rio, “toda a sociedade brasileira deve cobrar dos mais altos responsáveis pela condução do país medidas que impeçam que milícias utilizem-se de métodos criminosos para – segundo elas alegam – combater o próprio crime”. “A criminalidade viceja onde o Estado falha”, destacou Lamachia. Além disso, complementou, “é preciso que a elucidação do caso e a rigorosa punição dos autores seja rápida, para que a imagem do Poder Público não fique ainda mais prejudicada”.
Conforme o jornal O Dia, a repórter e o fotógrafo moravam na favela havia duas semanas (antes do dia 14) com o intuito de fazer uma reportagem sobre o funcionamento da milícia no local. Naquela noite, o fotógrafo e o motorista aceitaram um convite dos moradores da favela para beber uma cerveja. Lá, os dois foram rendidos por dez homens armados e encapuzados. Eles foram algemados diante dos moradores e levados para a casa alugada – onde a repórter também foi rendida. Segundo a reportagem, os milicianos demonstraram em diversas ocasiões que eram PMs. Os profissionais e um morador – que, para os milicianos, conhecia a identidade dos três – foram levados a um cativeiro e torturados. “Como nos porões das ditaduras mais sombrias, choques elétricos e sufocamentos com sacos plásticos passaram a ser aplicados até o limite do desfalecimento. Para acordar as vítimas, socos e pontapés. Para deixar o grupo ainda mais apavorado, eles foram levados para quartos separados”, afirma o jornal. (Com informações da Folha Online)
Assessoria de Imprensa – OAB/RS
Carol Majewski – Jornalista / Assessor