Caldas Júnior não foi condenada
12.03.08 | Diversos
Diferentemente do que o Jornal da Ordem publicou em sua edição de ontem (11), a Empresa Jornalística Caldas Júnior Ltda., não foi condenada por descumprimento de cotas para deficientes. Na ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho, a empresa - antes de proferida sentença - formalizou acordo, pelo qual promoverá campanha publicitária para a inclusão de pessoa com deficiência no mercado do trabalho.
Além da campanha, que foi lançada oficialmente na sexta-feira (07) e veiculada pelo jornal Correio do Povo, a empresa está desenvolvendo um programa de inclusão chamado “Fazendo a Diferença”, no qual estão previstas medidas para a promoção e a manutenção de vagas para pessoas com deficiência. As ações estão sendo desenvolvidas pelo Correio do Povo com apoio do Ministério Público do Trabalho e da AMA – Consultoria e Gestão de Saúde.
“Dá para viver com deficiência, mas não dá para viver sem trabalho”. Este é o tema e a frase que marca a campanha de inclusão de pessoas portadoras de deficiências no mercado de trabalho desde o primeiro final de semana de março. O objetivo é abraçar a questão social uma vez que dados do IBGE apontam que dos 24,5 milhões de portadores de deficiência que existem no Brasil, 15,2 milhões têm entre 15 e 59 anos, ou seja, estão em idade de atuar no mercado de trabalho formal.
“Sabemos que a garantia de acesso ao trabalho para pessoas com deficiência é prevista em lei, mas também sabemos que a empresa inclusiva reforça o espírito de equipe de seus colaboradores, fortalecendo a sinergia em torno de objetivos em comum. Pessoas com deficiência, quando têm asseguradas condições de trabalho que respeitem suas aptidões, habilidades e limitações, conseguem desenvolver todo o seu potencial como trabalhador" - afirma Luiz Cláudio Costa diretor-presidente do Correio do Povo.
Os veículos do Grupo Record/RS veicularão a campanha desenvolvida pela agência GlobalComm. Quatro pessoas portadoras de deficiência, que já estão incluídas no mercado de trabalho, dão o seu depoimento em quatro comerciais de TV, três textos para a Rádio Guaíba e anúncios para o Correio do Povo.
Mara Núbia Bueno da Rosa é uma das pessoas que vai ilustrar as propagandas. Trabalhando desde setembro no jornal Correio do Povo como auxiliar de escritório, Mara tem nanismo e, pela sua baixa estatura, precisou de algumas adaptações no ambiente de trabalho: um apoio para os pés e a retirada do suporte da tela do computador.
A AMA Consultoria organiza e dá apoio técnico ao programa interno desenvolvido pela empresa, participa do recrutamento, seleção, adequação na função, acompanhamento e avaliação das pessoas e dos locais que as recebem. “É um trabalho de avaliar a integração deste indivíduo, tanto no âmbito da empresa quanto do funcionário que está chegando” - diz a assistente social Cristina Rojas. Para ela, a inclusão é uma forma de agregar diferenças e promover o crescimento coletivo.
Ana Mello, terapeuta ocupacional e coordenadora do projeto, salienta que “a empresa como um todo precisa se preparar para receber o funcionário; a inclusão para ser efetiva precisa de um novo olhar a respeito das pessoas com deficiência, é preciso que se valorize as suas potencialidades”.
Para Luís Cláudio Costa, “todos os funcionários são tratados da mesma forma e fazemos de tudo para incluí-los sem que as suas diferenças sejam uma dificuldade”.
O Correio do Povo deseja também ampliar a campanha a outras empresas interessadas em iniciar trabalhos nesse sentido. No projeto de ações está prevista a palestra do Professor Steven Dubner, na Federasul. Aos 46 anos e formado em Educação Física, Dubner é especialista em esporte para as pessoas portadoras de deficiência. "Não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez" - este é o tema da palestra que o professor Steven Dubner ministra em empresas, universidades, clubes, escolas e associações.