Em coletiva de imprensa, na tarde desta quinta-feira (05), na sede da Ordem gaúcha, o presidente nacional da OAB, Claudio Lamachia, declarou que comemorou a decisão do ministro do Superior Tribunal Federal Teori Zavaski, em afastar o deputado Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados. “Saudei essa decisão, pois ela também atende a um requerimento da OAB feito ao ministro em 16 de fevereiro deste ano”.

Segundo Lamachia, a instituição entende que a manutenção de Cunha durante todo esse período, na presidência da Câmara, deu a ele mais chances de manobrar, a seu proveito, inúmeras situações, no âmbito do parlamento, e inclusive na própria Comissão de Ética. “Com esse abuso de poder, ele tem patrocinado inúmeras manobras em relação ao seu mandato em detrimento da celeridade de um processo de apreciação da Comissão de Ética, onde corre uma ação contra ele”. O dirigente ainda lembrou que foi entregue o requerimento de afastamento de Cunha ao presidente da Comissão de Ética.

Lamachia foi questionado em relação ao apoio no processo de impeachment, ou seja, caso o cenário for a saída da presidente da República. Ele foi contundente em afirmar que a melhor solução para o Brasil é o cumprimento da Constituição Federal. “Se a Carta Magna prevê um instituto de impeachment, a OAB tem que de fato continuar mantendo a sua posição, ou seja, de também de declarar apoio”, ressaltou.

Em outro questionamento sobre o atual momento político do País, Lamachia assegurou que “o Brasil hoje está, literalmente, na UTI, notadamente no que diz respeito a alguns dos membros da classe política. Precisamos encontrar agora soluções para que o País possa encaminhar-se para um novo momento”. Segundo ele, a sociedade precisa de respostas sérias em relação à crise política em que o Brasil vive. “Nós entendemos que deve haver uma verdadeira força-tarefa para agilizar o julgamento dos processos envolvendo a Operação Lava Jato, pois a sociedade quer respostas, e esperamos que possamos ter nos próximos tempos celeridade nas investigações, nas apurações e nos julgamentos envolvendo todos esses processos”, argumentou.

O presidente ainda reiterou sobre os movimentos colocados em pauta pela OAB e que foram positivos à cidadania, como a questão da Lei da Ficha Limpa e do fim do financiamento de campanha privada de partidos políticos.

Lamachia salientou que a OAB irá lançar uma campanha nacional sobre a importância do voto: “Voto não tem preço, voto tem consequência”. Segundo ele, 2016 é um ano eleitoral e que a população precisa redobrar a atenção durante o pleito, sobretudo pensando na figura de Eduardo Cunha. “O deputado Eduardo Cunha foi eleito por que a sociedade brasileira o colocou lá, e, assim como ele, há outros políticos que não mereciam o voto para representar o povo. A consequência de uma escolha mal feita é essa crise moral e ética sem precedentes que estamos vivendo”, afirmou.

Vanessa Schneider

Jornalista 

MTE 17654

Fonte: OAB/RS