Irregularidade no recolhimento do FGTS é motivo de rescisão indireta do contrato de trabalho


14.02.11 | Constitucional

Um empregado da empresa Futurama Ribeirão Preto Comércio, Importação e Exportação Ltda., teve acolhido recurso de revista por meio do qual pleiteava o reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho e o consequente pagamento das verbas rescisórias requeridas na inicial. O caso foi julgado pelo TST, que consignou, assim, entendimento contrário à decisão do TRT15 (SP).

O acórdão do Regional destacou que, embora comprovada a denúncia do autor, o fato por si só não é suficiente para a rescisão indireta, já que na constância do vínculo, o empregado não suporta prejuízo com a ausência ou irregularidade dos recolhimentos fundiários. Ressaltou ainda o Regional que o motivo, assim como acontece na justa causa, deve ser sério e inquestionável, de modo a tornar impossível a continuidade do contrato de trabalho o que, segundo afirmou, não ocorreu no caso em análise. A decisão inicial, de não reconhecimento da rescisão indireta do contrato, foi, portanto, mantida pelo TRT.

A rescisão indireta do contrato de trabalho está disciplinada pelo artigo 483, “d”, da CLT. Ele dispõe que o empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida indenização quando o empregador não cumprir suas obrigações contratuais. Foi com base no mencionado artigo que o relator do recurso no TST, ministro Augusto César Leite de Carvalho, acatou o pedido do trabalhador.

Dessa forma, a 6ª Turma do TST, por maioria, acolheu o recurso do trabalhador e reconheceu a rescisão indireta por ele pleiteada, condenando a empresa ao pagamento das verbas rescisórias reclamadas na inicial. (RR-42500-02.2004.5.15.0066)

Fonte: TST